15 de setembro de 2010

Bella mia: Itália

E pensa que acabou?!
Bom, depois de rever toda Sevilla e disfrutar de cada lugar e cada pessoa daquela cidade que amo, que me faz sentir em casa, chegou a hora de partir para uma nova experiência: Itália!
Como diria meu pai, a sorte é o encontro da oportunidade com o preparo. Verdade ou não, me considero uma menina de muita sorte, e lá fui eu para aquele país...apaixona(nte/da)!
Pois bem, a visita começa em Pisa, onde fiquei um diazinho só, que, honestamente, foi o bastante. A cidade é bem charmosinha, se vê que não muito grande e é cheia de turistas. A galera capricha nas poses, caras e bocas com a tal da torre! rs

A famosa Torre de Pisa



Depois de Pisa, o destino foi Siena, cidade muito encantadora, toda em tons de marrom, meio nude. Tem os pontos turísticos, como a Piazza del Campo, onde acontece a festa mais tradicional da cidade, o Palio, mas o charme e o mérito da fama é da cidade mesmo, da rotina, do comércio, das pessoas. 
Na verdade fui até Siena para assitir à formatura (laurea) de Matteo - o irmão do Simone. A formatura italiana  começa com a apresentação da tese, como no Brasil, com o formando, os professores e mais os familiares e amigos. Fiquei lá assistindo tudo e - mesmo com o italiano ainda meio fraco - entendi bastante de toda a explicação! \o/
Depois da apresentação, almoçamos todos juntos (a família e os amigos mais próximos) e somente depois de tudo isso é que vem a parte da festa, pela noite. Diferente do Brasil, a parte importante - onde todos vão elegantes e existe toda a emoção - é a parte vespertina, com a apresentação e o almoço, e não a noturna como aqui. E outra detalhe é que a festa é individual - e pequena - bancada pelo formando, para família, amigos e ponto final. Nada de festa de arromba coletiva com os milhares de formandos...

Siena, uma cidade nude em meio ao campo
Piazza del Campo
Il Duomo de Siena


De Siena para ... Florencia!
A primeira observação, que já fica como dica, é que Florencia é quente, muito quente - e pior, úmida - portanto, visitar a cidade em pleno verão europeu  não é aconselhável. Roupas leves, cabelo preso, leque para ventilar, tudo em vão com a umidade local. Reparem que enfatizo, a umidade é que atrapalha tudo, e não necessariamente a temperatura (ainda mais para uma pessoa do Brasil).
Bom, comentários sobre o tempo à parte, a cidade é linda e respira a antiguidade, a arte, a moda. Mas como é grande e abarrotada de turistas, o "ar" de lá é outro - se é que vocês me entendem...rs


Firenze - Ponte Vecchio
David, de Michelangelo
Galleria degli Uffizi
Il Duomo, que só perde em tamanho para Roma 
(detalhe esse que os fiorentinos se orgulham em dizer)

Pisa, Siena, Firenze...PUGLIA! Esse era o meu destino: Puglia!
Depois de passar pela Toscana, descemos até o fim do "salto da bota" para ali passar o verão, conviver com a verdadeira italianada, que, estereótipos à parte, comem muito e gesticulam sem parar. Fora o sotaque, que sotaque!!!
Terra das olivas e do vinho, a região menos conhecida da Itália, porém a mais linda, tem praias que deixam muitas do Brasil para trás, tem uma culinária maravilhosa, um povo super hospitaleiro e tradições espetaculares! Fiquei por dois meses em um "pueblo" de 10 mil habitantes, Villa Castelli, província de Brindisi. Mas, não é segredo pra ninguém que sempre fui muito mais apaixonada pelas pequenas cidades, vilas e povoados do que pelas grandes metrópoles, abarrotadas de gente!
Com os dois meses, as histórias são muitas, os pratos experimentados são muitos e o aprendizado, nem se fala. Então, aqui vão algumas fotos e pequenos comentários.
E acreditem, Puglia tem diferencias do restante da Itália que são de verdade encantadores, e foi nela que conheci a essência italiana, que conheci a importância do sentar-se à mesa, do tradicionalismo, da educação e da história, afinal, ter a oportunidade estar em uma casa de família em que o pai é comunista e a avó é uma sobrevivente da guerra é uma aula à parte!

Sem comentários para o maravilhoso almoço no campo
São eles!
Casa de campo
Onde tudo é colhido e feito ali mesmo

Passeamos muito por Puglia, já que as cidades são todas pequenas e muito próximas uma das outras, então facilitava muito estar cada vez em um lugar diferente, tanto para conhecer, como para sair para jantar, ir à praia e tudo mais.
Uma cidade de Puglia que é maravilhosa e até que bem conhecida e visitada é Ostuni, la cittá bianca. É construída em um morro e, simples assim, é toda branca! 




Alberobello é a cidade dos Trulli, que são essas "casinhas" brancas de pedras. A história que ouvi por lá é de que essas casas foram construídas em uma época em que se pagava muito para ter uma moradia, um terreno na Itália. Então, essas pessoas faziam seus lares de pedras, assim que quando, esporadicamente, o "enviado" chegava para inspecionar - e cobrar! - retirando umas poucas pedras, a casa se desmontava e pronto, já não havia mais casa (e nem cobrança!).
Verdade ou não, é isso que eles contam quando se pergunta o por que desse tipo de construção, que hoje é área turística da cidade.






Uma outra cidade que fui várias vezes, pela proximidade e pela beleza, foi Grottaglie. Considerada a cidade da cerâmica, não só pela quantidade de lojas que tem aí, essa arte já virou patrimônio, digamos assim, já que com ela tem um grande movimento da economia da cidade, associações dos artesãos, campeonatos - e claro - richa!




Bom, mas o que mais - e melhor - tem em Puglia são praias! Banhado por dois mares, a região é abençoada por Deus e bonita por natureza...

Os italianos estão bem servidos!!! Praias e mais praias...

Otranto

E pra finalizar a minha estadia na Itália, nada melhor que Roma, não é?! Roma ficou por último, já que era dali que saia meu voo de volta para o Brasil. A ansiedade era uma mescla da vontade de conhecer aquele lugar fantástico e de ir embora para casa (queria ficar mais um pouquinho, mas o dever me chamava!)
Bom, o que dizer sobre Roma? Foi uma das cidades mais lindas e emocionantes que conheci...é um pouco sem palavras descrever tudo que ela significa e o que significou conhecê-la.

As ruínas
Fontana di Trevi
Basílico di San Pietro - Vaticano
Coliseo


*ps: Sentire la mancanza. Do italiano, sentir saudades...

14 de setembro de 2010

Voltando a voar!

Depois de um ano que viajei de intercâmbio para Sevilla, o resultado que tenho de toda a experiência é, sem dúvida, maravilhoso!
Há um ano eu estava lutando para controlar a ansiedade do intercâmbio. Há um ano eu estava chorosa, me despedindo por um tempo do Brasil e da minha família. Há um ano voei pela primeira vez e fui parar na cidade certa, no hostel certo, no quarto certo, com as pessoas certas. 
Há um ano começou o que eu chamaria de “melhor fase da minha vida”.
E depois daquele último post de quando eu cheguei no Brasil, em um março um pouco gris, muitas coisas mudaram. 
Sabe a fotografia de um muro, no meu último post aqui no blog, o da minha última viagem na Espanha, que foi fotografado por mim como uma identificação, como se aquela frase resumisse o que eu tinha vivido naquele país?! Pois é, agora o Te llevo em mi vida pichado no muro virou realidade e é literalmente levado comigo, aonde quer que eu vá...


E depois daquele março vieram meus planos, meus sonhos, estudos e trabalho. Vieram (eternos) 3 meses e a oportunidade em minhas mãos de novo. 17 de junho, lá estava eu embarcando para a cidade dos meus sonhos, Sevilla de nuevo!
Quando cheguei lá, meus olhos brilhavam, e eu sentia uma emoção inexplicável! Rever o Guadalquivir, a Torre, a Catedral, Triana, Santa Cruz, as ruelas, aquela gente bonita e alegre, os meus amigos e amores. Ir novamente ao botellón, à discoteca de Erasmus, ir ao flamenco nas quintas-feiras, caminhar pela noite sevillana, já então calientísima...eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo!!!

As maravilhosas ruelas de Sevilla, que sempre desembocam em uma praça

A torre, a Sevici e a ponte que liga o centro à Triana. Uma vista incansável!

Maravilhosa Plaza de España

Alameda de Hércules ajuda a refrescar no calor sevillano

Assistir à Copa na Espanha foi sensacional (apesar do vexame)
A ponte, o piquenique
No mapa, cada um de nós assinou o nome no país de origem...ficou tudo lindamente espalhado
O último chupito?!
Um dos meus bairros preferidos em Sevilla: Juderia
Com toda a emoção de dar adiós ao período de Erasmus, aquela dor no peito, uma mistura de medo de perder de vista tudo aquilo de lindo que vivemos, com o medo de perder o contato com todo o pessoal, o que, por mais que fazemos promessas e tentamos ocultar, é um fato que acontecerá. 
Eu que sou brasileira sei que não é tão de repente que terei a oportunidade de voltar à Sevilla, diferente dos meus amigos europeus, que com certeza voltarão no mínimo uma vez por ano. Outra coisa que sempre passa na minha cabeça é o dilema de que ainda que eu tivesse a oportunidade de voltar mil vezes para a Europa, valeria a pena sempre dar aquela passadinha nessa cidade que eu tanto amo, ou o que vale mesmo a pena seria desbravar lugares que eu ainda não conheci por aqui?! Investir no amor por uma cidade ou na vontade de conhecer o desconhecido?!

Pergunta boa de fazer, difícil de responder...

(...)

Bom, pra frente e avante: Próxima parada, ITÁLIA!